A COR DA VIDA - Artigo de Sidney Fernandes

 A COR DA VIDA

Sidney Fernandes



Guerras, dores, fome e doenças que atingem significativa parcela da população podem nos levar a acreditar que nosso planeta não evoluiu. Realmente, a Terra poderia estar muito melhor se o homem fosse menos egoísta, mais fraterno e menos orgulhoso. No entanto, temos que admitir que fizemos muitos progressos.

Muitas vezes, insistimos em usar lentes que turvam a visão da vida. Agimos como míopes da alma, que só conseguem ver o que é errado, sem detectar os

progressos e os aspectos positivos. Costumamos ver nas pessoas, nas circunstâncias e no próprio mundo, algo do que somos, do que pensamos, de nossa maneira de ser. Precisamos imediatamente mudar de óculos e desenvolver a capacidade de ver com lentes de otimismo e de alegria, a fim de caminhar com mais segurança e sem distorções da realidade.

Se nos séculos XIX e XX a medicina pautou seus princípios na matéria, desconsiderando quaisquer ligações entre o sentimento e a saúde física, surgem agora testemunhos valiosos, que mostram novos conceitos em torno da doença e da cura.

O Doutor Álvaro Avezum é cardiologista do Hospital Oswaldo Cruz de São Paulo. Considerado um dos principais cientistas brasileiros da atualidade, ministrou, no INCOR – Instituto do Coração de São Paulo, a palestra “Espiritualidade, saúde e doença vascular: o que conhecemos, não conhecemos e precisamos conhecer? ”. Em entrevista concedida ao também médico cardiologista Dr. Roberto Kalil, diretor clínico do INCOR, deu o seguinte depoimento:

Nós médicos precisamos desmistificar esse assunto (ciência e espiritualidade), como sendo de religião. Este é um assunto da ciência. A ciência precisa pesquisar a espiritualidade no processo de adoecimento e no processo de evitar o adoecimento.

— Espiritualidade envolve nossa maneira de reagir a situações desfavoráveis ou adversas da vida. E aí tem indivíduos que perdoam, outros não. Tem indivíduos que têm compaixão, outros não. Tem indivíduos gratos, outros não. O que isso tem a ver com a ciência? É passível de ser avaliado, na ciência, por meio de questionários, disposição ao perdão, gratidão, otimismo, altruísmo e propósitos de vida. Isso tem implicação no aumento de sobrevida.

Àqueles que insistem em usar lentes de pessimismo e entendem que vivemos em um mundo somente de dores e expiações, uma notícia importante: embora ainda em plena fase de transição, podemos iniciar imediatamente a implantação de um mundo mais manso e justo. De que forma? Passando a agir exatamente como se ele já existisse. A partir do momento em que nossas atitudes e palavras estiverem alinhadas com as propostas de Jesus, já estaremos vivendo no mundo por ele preconizado. E quanto mais espíritos ligados à Terra procederem dessa forma, mais perto estaremos do momento regenerativo.

Destacar os progressos, enaltecer a empatia, a solidariedade, a generosidade, a paciência, a compreensão, a gentileza, a persistência, o perdão, a gratidão, o otimismo, o altruísmo, e torná-los propósitos de vida, não representa apenas o cultivo de valores espirituais, mas também significa cuidar do corpo e aumentar a sobrevida. Quanto mais amor, menor dor.

Se ainda estamos distantes do mundo de regeneração, nada impede que, individualmente, possamos entrar nele. O planeta Terra pode ainda estar em provas e expiações, mas cada um de nós pode criar o seu próprio mundo de regeneração, combatendo a maldade, o pessimismo, a falta de empatia e de solidariedade.

Contato: 1948@uol.com.br

Comentários